Arquitetura
Projeto de arquitetura para uma casa quilombola em Goiás.
Colaboração entre os arquitetos autores: Andrea Storch, Albérico Paes Barreto, Lula Marcondes e Rafael Rangel
Estagiários: Andreza Barreto, Maria Eduarda Araújo e Patrick Lopes
O Conceito da Casa Quilombola:
A casa! Espaço de acolhimento, espaço de resguardo… Projetar uma casa é criar um lugar íntimo de uma ou mais pessoas que reflita seus valores e modos de vida. No caso de uma casa quilombola, esses valores são dilatados e vão além do seu próprio espaço físico. Nesses agrupamentos, as edificações assumem uma função comunitária. Assim como as casas de farinha, os galpões de trabalho, os espaços do espiritual e do lazer, a casa quilombola é, antes de tudo, um local de construção e reforço de laços coletivos de afeto para a legitimação da ocupação do território.
Pensamos a casa quilombola como um organismo coletivo, um espaço de cruzamentos, um espaço, sobretudo, político. A casa de morar, mas também a casa dos encontros, das reuniões, das conversas, dos risos, dos ritmos, da dança. A casa também da luta!
A casa então é aberta. É convidativa. É também espaço comunal: tem um quintal dentro da casa ou pode ser uma casa-quintal. Ou uma casa-ciranda. Para essa dança, abrimos um espaço central onde os encontros acontecem. À política do morar no quilombo se soma a política do encontro na morada. Por isso todos os cômodos se abrem para o centro. É lá que está o quilombo da casa.